quinta-feira, 4 de julho de 2013

Vizinho, importa-se de me dar salsa?



Ainda temos muito que pedalar, muito.
E pedalar afirmo eu, em dois sentidos que se cruzando em instantes, podem conduzir a novas, diferentes e estranhos pensamentos.
Vejamos o meu primeiro "pedalar": Crise maior a que Portugal eu nunca tinha vivido. É certo que a minha rica idade não permitiu conhecer outros anos antes da minha existência, como é óbvio. Mas eu? Eu nunca tinha sentido tal vazio agoniado do desconhecido. Não sei se o governo cai ou se fica lá muito bem direitinho. Não tenho ainda certeza fundamentada se a queda é melhor que a não queda. Isso eu não sei.
Sei apenas que não foi 1º ministro atual, Dr. Pedro Passos Coelho que pintou de negro o estado da nossa nação. Ela vem de longe, de muito longe. Quem causou? Porquê? O povo não tem culpa alguma? Não sei, e tenho certas dúvidas em algumas dessas questões.
Continuaria a abordar essas questões tendo como base uma simples pergunta (e tal não anula nem desculpabiliza a situação político - económica) que era mesmo esta: "Porque razão não vão às urnas, pelo menos 90% dos portugueses?). E eram tantas, e são muitas as questões duvidosas da minha cabeça, e porque não, seria este o primeiro pedalar?
O outro pedalar é diferente. Deveras e muito contrastante do que nós somos.
Cabo Verde, que hoje, dia 5 de Julho de 2013 comemora o 38º aniversário da proclamação da independência nacional. Somos completamente diferentes e não poderia ser de outra forma.
Por enquanto, apesar da crise violenta que atravessa os nossos mares, ainda temos água. Ainda temos pão. Ainda temos qualidade sanitária suficiente para despejar toda a porcaria que ingerimos. Ainda temos fogão, frigorífico, entre tanta coisa. Estamos, sem sombra de dúvida muito desenvolvidos e somos grandes portugueses reconhecidos em todo o mundo.
No entanto, há uma coisa que nós não temos e que eles lá, naquela ilha onde deixei parte do meu coração, têm: união.
Não somos um povo unido, na minha mera opinião. E isso, agora mais do que nunca nos irá fazer falta e será necessário para combater tropas difíceis. Por outro lado, também me questiono (mais uma vez):
"Se a própria Familia não se ama da forma mais adequada e ajustada, como poderão dar mão aos vizinhos? Como poderão todos os vizinhos pensar, refletir e procurar estratégias que combatam a tal tropa que nos governa? Não pode, e não consegue. E não vos falo em manifestações. Falo-vos apenas de dar um ramo de sala à vizinha. Será muito?
Ai! Assim pudesse eu desejar que tudo o que melhor têm os Cabo-Verdianos, nos pudessem dar. E nós, também poderíamos dar o que de melhor temos e somos. Era uma troca e uma união totalmente feliz.
Era um bom abraço.
E como eu gostaria de dar esse abraço....

M.C


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