terça-feira, 12 de abril de 2011

Solidão





Há feridas que cicatrizam,
Outras que demoram, e levam anos a curar,
depois há as feridas que nunca fecham,
porém há as que ainda crescem com o tempo em paralelo com a dor aguda que causam,
e aumenta-se o vazio e a sensação de que o mundo não está debaixo dos pés, mas acima de nós, a pressionar, a calcar, a derrubar, a potencializar um desequilíbrio de tão pesado que o mundo é.
Este peso, que foi crescendo com o tempo e o lugar, jamais é retirado de nós, e jamais é aliviado, infelizmente.
E morre-se com esta ferida? Morre, porque não sara, porque não é cuidada, porque ninguém olha por ela e para ela.
E a ferida, com o tempo vai crescendo cada vez mais, e cada vez mais se torna senhora de si, não permitindo que, em circunstância alguma, ela peça ajuda e tratamento.
Seremos nós, o tratamento eficaz para ela.
E, serão os nossos olhos invisíveis, tão belos quanto o nosso coração que irão transformar e diminuir toda essa tamanha e gigante ferida.
É aqui que o Homem deve agir e tratar, com dedicação e amor, dessa ferida chamada SOLIDÃO..

"De acordo com Georg Gaul, da Sociedade Austríaca de Cardiologia, citado pela agência Efe, o risco de morte das pessoas que vivem sozinhas é o dobro das que permanecem acompanhadas" DN Dezembro 2004.
Como tal, e já que não vivemos sozinhos no mundo, não deixemos que o mundo os deixe sozinhos.
M.C

Fotografia: Habitante de Évora, aproveitando para dizer que tenho o sonho de o conhecer, de ouvir as suas histórias e de crescer com elas.