domingo, 23 de dezembro de 2012

2012, O ano da meia prancha!


Em 2012 viveu-se.
E não se viveu pouco, nem muito, foi o que tinha de ser.
E agora, sentada no meu aconchegante sofá, digo para mim mesma que o presente texto apenas pode referir a maior lição do ano, é uma regra que me impus a mim mesma (porque também o limite é fator de crescimento), e por isso, ao contrário do que em segundos pensava, não foi difícil, foi até bastante fácil até.
Eis o que me surgiu imediatamente : " Copos de vidros neutros existentes desde que me lembro que sou ser humano, com direitos e deveres civis, mas copos meio cheios ou copos meio vazios, disso eu desconhecia."
Sim, meio copo de água pode ou não pode ser meio cheio e meio vazio? Pode. E esta pequena lição nós vamos aprendendo de forma plena e automática, sem linhas de regras condensadas.
E é verdade, que em Março, numa semana exausta de conhecimento positivo e aprofundado ao nível da saúde mental e psiquiatria, descobri esta tamanha e subtil questão.
 E é verdade também que até Novembro estava convencida e coberta de insolência que já tinha integrado todo esse conhecimento até descobrir que era uma pequena flor cheia de sede num dos desertos mais secos do planeta. Porque, afinal, do copo meio de água eu não percebia era nada.
E assim se passou meio ano. E o outro meio, perguntam?
O outro meio foram passados a pensar incansavelmente no menino que numa ilha me disse que preferia ter metade de uma prancha, do que não ter nenhuma. E sim, era muito feliz. E sim, passava fome. E sim, não conhecia outro lugar senão aquele onde nascera, que por si só não tinha uma grande dimensão. E sim, uma criança, num outro lado do mundo deu-me um dos maiores ensinamentos do ano de 2012: o copo está sempre meio cheio assim como metade de uma prancha é mil vezes melhor do que não puder (semi) surfar.
E sim, cheguei à conclusão que quanto mais predispomos a nossa mente a outras culturas melhor valorizamos a nossa, que por mais degradada que se encontre há sempre a possibilidade de escolhermos o meio cheio do copo, que é como quem diz, o meio melhor do nosso país.
O meio melhor da nossa vida, e por milagre ainda ingerimos algum sol, porque a parte vazia, essa nós a temo-la certa.

Excelentes entradas, e esquecendo propositadamente tudo o resto, cheias de tranquilidade e novas visões.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Psicomotricidade



Psicomotricidade, é isso mesmo. Psicomotricidade.
A profissão que escolhi e a qual abraço todos os dias. E não, não vou defini-la em palavras e frases bonitas porque a melhor definição para esta maravilhosa profissão encontra-se no ato de a vivenciar, sentido-la.
É na prática que ela melhor se espelha e é na conjugação (im)perfeita de expressões simbólicas que se encontram no nosso mundo imaginário, que agimos e nos relacionamos conosco e com todos os outros.
Por isso, e apenas para dizer que "Roma e Pavia não se fez num dia", acredito que faz parte de cada um de nós a sua crescente valorização profissional, não só pelos nossos bons desempenhos mas também enquanto seres que podem e devem defender algo em que acreditam ser mais uma das peças fundamentais numa equipa.
Diria até: cada qual no seu lugar, mas todos juntos no mesmo.



domingo, 16 de dezembro de 2012

Dizem por aí...



Deixemos as frases bonitas de lado. O Natal acontece uma vez por ano, em Dezembro mais concretamente.
Aquela história de "O Natal é quando o Homem quiser" (...) "O Natal é todo o ano ", para mim não faz qualquer sentido. E explico porquê.
O Homem precisa urgentemente de cuidar e ser cuidado, todos os dias. Depois vem o Natal, e aí sim, fortalecem-se os laços que o mesmo construiu durante.
Mas tudo bem, se chamarem de Natal ao amor e à transmissão de bons e profundos sentimentos para si e para os outros, então poderei ainda repensar e, talvez dizer que possa ser todos os dias.
Agora, se chamarem de Natal a prendas duplicadas então não, é só mesmo uma vez por ano, não querendo com isto afirmar que presentes não sejam importantes, mas apenas isso mesmo.
Alguns presentes, muito amor e de preferência todos os dias.

Por falar em presentes, eu já comprei todos Foram 3. Ao resto dou a minha atenção e isso já é muita coisa. : )

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Vive para ti e só depois constrói.









Vive para ti e só depois constrói. Foi nisto, e noutros momentos mais, que este filme me fez pensar, mais uma vez. Fez-me reflectir sobretudo, no que o próprio título nos indica: palavras, como estas que tento escrever. E porquê palavras e não linhas, círculos, papeis ou outras formas quaisquer? Porque são elas que, positivamente ou negativamente constroem a história de cada um. E não, não são pagas com dinheiro e nem sei se com algum amor também. São pagas com verdade. E é uma linha tão ténue estas verdades de que vos falo, que serviria de certo como um exemplo para as mais reais e absolutas relações humanas, neste planeta que se encontra em constante declinios desenvolvimentais. O filme, que na forma mais sintética possivel de descrevê-lo, retrata a vida de um homem que, por instantes e através de palavras, rouba a vida ao outro. E rouba-lhe a própria vida, diria eu de forma critica, porque a mesma já tinha sido roubada à muito. A verdade é que, ninguém tratará tão bem de nós próprios quanto nós mesmos. Ninguém resolverá tão bem e assertivamente os raios sombrios e gélidos da nossa vida quanto nós mesmos. E somos nós mesmos que, temos por obrigação e dever, (sobre)viver da forma mais limpida e autêntica tanto quanto queremos. Passados foram sempre passados, assim como os presentes e os futuros. Apesar de que, futuros nunca os serão verdadeiramente se nele estiver muito vinculado um passado que poderiamos ter mudado. E sim, falar é fácil porque são precisas muitas palavras. Então, que não falemos!! Se a palavra muda tanta coisa e nos faz moça no nosso corpo tão cansado, que falemos sem palavras! Falemos uns para os outros como o que de melhor nos foi dado: o corpo. E já diziam os entendidos que o melhor meio de comunicação seria a expressão corporal, e que assim seja. Sorrir não é dificil e para quem não sabe, existe sempre em outras pessoas um espelho que nos possa fazer saber as mais diversas formas de um pequenos rasgo na boca. Abraçar? Existem abraços que se dão de muito longe e é bem possivel senti-los. Acima de tudo, utilizem palavras quando assim for necessário, mas vossas e do interior mais honesto que possam encontrar. Não é certo viver-se por/para/sob alguém. Não é justo! Cada homem deve por si só encontrar o seu caminho e as suas palavras. Só depois disso, saberá viver. E diz-se por aí, em estreitas e antigas ruas, que nunca chegaremos a roubar a vida de ninguém se antes encontrarmos a luz no mais infinito e escondido caminho. Como dizia e muito bem, a personagem principal do filme:
" Quando escolhemos as opções, escolhemos também viver com elas" in The Words

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Longo é. Curto será.

Caminhos longos tornan-se curtos quando o Homem assim o deseja. Assim como é certo e expectante não existirem facilidades, também o são os ditos "nãos". E já agora os "sims" por falar em positivismo. Dizia um sargento, no meio de uma grande e sangrenta guerra para um colega: - "Porque não tentas, já que assim o desejas, ser Capitão?" - "Porque não devo conseguir, é sempre muito dificil"! - respondeu friamente - "Desculpa lá, mas tu já perguntaste?" - "Não" - respondeu timidamente o sargento - "Então como pode o meu caro amigo dizer que não conseguirá?" - ....

domingo, 9 de dezembro de 2012

Natal dos "sacos-solidários", será?

Lembrei-me agora mesmo que é Natal! Sim, não me quisesse eu lembrar, mesmo que da etapa não gostasse ou até mesmo se não me fosse dado espaço para sequer pensar no que significa tal acontecimento, eu tinha, obrigatoriamente de gostar. A verdade é de que gosto, e muito. E não, não vou falar do espirito extra consumista dos Portuguesas (tema tão abordado nos últimos anos), porque não quero, porque não é disso que se trata esta reflexão e porque, afinal, também eu sou consumista (in)consciente. Falo de outras palavras que, de modo muito directo e respeitoso, me dirigo ao campo solidário "meio-obrigatório" que se encontram fora/dentro de portas de hipermercados. Passo a exemplificar uma situação: - Entro eu no hipermercado, e antes que consiga dizer "não" é me quase imposto um saco solidário. Não sou contra, e torno a dizer, tenho o maior respeito por quem dá parte do seu tempo para ajudar os que mais precisam (até porque eu já estive nesse papel), mas como bom cidadão tenho direitos e deveres. Vejamos, tenho o direito de questionar para onde e para quem são estes alimentos, como acabei por fazer, assim como tenho o dever, mais uma vez, enquanto bom ser humano, de contribuir para causa. A verdade é que, após uma conversa de pequenos minutos com as pessoas que dão a cara por essa causa, eu firmemente e educamente recusei levar comigo o saco. Tenho as minhas razões e tenho os meus principios. Quando de facto, quero ajudar alguém, bato à porta da pessoa, entro e deixo o que me é possivel dar, mas neste caso eu sei a quem dou e conheço bem a finalidade que lhe dão. Não querendo ferir susceptibilidades, porque sei que as vou ferir, é rara as vezes que levo sacos solidários pela porta adentro, porque não tendo a certeza o futuro do conteúdo dos mesmos não quero sequer pensar que eu dou o meu esforço, como tantos milhares de portugueses, para que futuramente algum português mais ignorante ou acomodista, os possa deitar em estado puro, novo e bem conservado, alimentos que teriam sido ingeridos por outrém mais inteligente e educado. O grave de toda a tamanha situação foi mesmo a resposta que me foi dada, após o meu "não". Não vou dizer mesmo, porque dela fiz questão de me esquecer. Da próxima vez, se me disserem que, dentro dos sacos podemos trazer justiça, eu levo por volta de uns 20! Natal é...pois Natal deveria sim, ser época de ideias justas. Mais justiça, traria menos solidariedade, e menos solidariedade traduzia-se em nada menos do que, "não é necessário ajudar tanta familia" ou então "as familias já se encontram com maior estabilidade socio-económica". Mas, lá está, isto sou eu que tenho a mania de ser utópica, e que continuo a acreditar que as coisas se podem mudar, algum dia. Um feliz Natal para todos, com alegria, amor, chocolates e sedento de sonhos, pois que seria de nós se eles não existissem? Depois? Caminhem! Caminhem muito que o sol há-de chegar logo, e esperemos que nãos eja apenas no Natal.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A menina que queria ser um avião.

Quando Maria era criança, (...) Não, não é assim! Vou recomeçar: quando a Maria se encontrava na idade de desenvolvimento infantil (porque criança ela, felizmente, continua a sê-lo e bem), sonhava de forma muito consciente e rigorosa ser feliz. Sim, esse simples facto tão complexo e excitante: a felicidade. De sorrisos mudos e palavras ocas, cresceu brincando ao "faz-de-conta". Um dia, enveragava o papel de médica, outro o papel de cabeleireira (um dos mais frequentes até), e noutros dizia bem alto : "Saiam da frente que eu sou um avião e voarei agora"! O que ela não sabia porém, era que um avião nunca poderia sê-lo, por mais que o desenvolvimento cientifico e tecnológico estivesse em altas rodagens. Mais tarde, e mais uma vez, a crescer brincando, Maria tinha deixado o "faz-de-conta" pelo interesse absoluta na tradução do que, futuramente iria ser. Entre mil achados gloriosos, espalhafatosos, enfedonhos, e alguns muito mal cheirosos, a menina (ainda criança), decidiu para espanto da familia, ser trapezista! Sim, trapezista era realmente o seu sonho. E por ser de tal forma, tão dificil contrariar a ideia de uma menina-criança, cujas ideias se encontravam vinculadas seguramente ao seu "eu" desde que a mãe, feliz, a deu à luz, ela seguiu esse caminho. Foi trapezista 10 anos num circo em Biesdorf, perto de Berlim. Voltou para casa para espanto da familia, que imediatamente a questionaram. - "Maria, porque voltaste?" - perguntou o pai - "Quer me parecer a mim que já não estava feliz!" - retorquiu o irmão - "Ah já sei! Não vives sem nós!" (risos) - disse em tom de brincadeira a prima - "Estou bem e muito feliz" - disse a Maria - "Então não estou a perceber nada!" - disse o irmão confuso - "Vim porque, além de muito feliz, já sei voar como um avião (risos). Vejamos: baloiçava equilibradamente (âs vezes) na corda do trapézio. Tão depressa estava de pés assentes no chão, como a 10 metros dele. Num minuto estava segura, noutro não tinha segurança alguma. Num segundo estava muito feliz e, no outro poderia já nem sequer saber do significado da felicidade. Neste momento, sei que feliz é aquele que encontra a felicidade no lado esquerdo da meia linha e que cruza os seus passos em pequenos nadas. Não preciso de tudo mas também recuso-me a não ter nada. Entre o chão e a corda do trapézio existe um caminho longo, que eu fiz por aprendizagem. Agora, eu não quero o chão nem muito menos o trapézio. Eu quero o meio, porque no meio a realidade é me facultada mas o sonho também. E se eu cair, a queda não será tão grande, nem o sonho estará tão longe. Até uma coisa e outra, felizmente vou voando! E se eu sei que consigo voar, então serei um avião. E que ninguém, em parte alguma me diga que não posso sê-lo.