domingo, 9 de dezembro de 2012

Natal dos "sacos-solidários", será?

Lembrei-me agora mesmo que é Natal! Sim, não me quisesse eu lembrar, mesmo que da etapa não gostasse ou até mesmo se não me fosse dado espaço para sequer pensar no que significa tal acontecimento, eu tinha, obrigatoriamente de gostar. A verdade é de que gosto, e muito. E não, não vou falar do espirito extra consumista dos Portuguesas (tema tão abordado nos últimos anos), porque não quero, porque não é disso que se trata esta reflexão e porque, afinal, também eu sou consumista (in)consciente. Falo de outras palavras que, de modo muito directo e respeitoso, me dirigo ao campo solidário "meio-obrigatório" que se encontram fora/dentro de portas de hipermercados. Passo a exemplificar uma situação: - Entro eu no hipermercado, e antes que consiga dizer "não" é me quase imposto um saco solidário. Não sou contra, e torno a dizer, tenho o maior respeito por quem dá parte do seu tempo para ajudar os que mais precisam (até porque eu já estive nesse papel), mas como bom cidadão tenho direitos e deveres. Vejamos, tenho o direito de questionar para onde e para quem são estes alimentos, como acabei por fazer, assim como tenho o dever, mais uma vez, enquanto bom ser humano, de contribuir para causa. A verdade é que, após uma conversa de pequenos minutos com as pessoas que dão a cara por essa causa, eu firmemente e educamente recusei levar comigo o saco. Tenho as minhas razões e tenho os meus principios. Quando de facto, quero ajudar alguém, bato à porta da pessoa, entro e deixo o que me é possivel dar, mas neste caso eu sei a quem dou e conheço bem a finalidade que lhe dão. Não querendo ferir susceptibilidades, porque sei que as vou ferir, é rara as vezes que levo sacos solidários pela porta adentro, porque não tendo a certeza o futuro do conteúdo dos mesmos não quero sequer pensar que eu dou o meu esforço, como tantos milhares de portugueses, para que futuramente algum português mais ignorante ou acomodista, os possa deitar em estado puro, novo e bem conservado, alimentos que teriam sido ingeridos por outrém mais inteligente e educado. O grave de toda a tamanha situação foi mesmo a resposta que me foi dada, após o meu "não". Não vou dizer mesmo, porque dela fiz questão de me esquecer. Da próxima vez, se me disserem que, dentro dos sacos podemos trazer justiça, eu levo por volta de uns 20! Natal é...pois Natal deveria sim, ser época de ideias justas. Mais justiça, traria menos solidariedade, e menos solidariedade traduzia-se em nada menos do que, "não é necessário ajudar tanta familia" ou então "as familias já se encontram com maior estabilidade socio-económica". Mas, lá está, isto sou eu que tenho a mania de ser utópica, e que continuo a acreditar que as coisas se podem mudar, algum dia. Um feliz Natal para todos, com alegria, amor, chocolates e sedento de sonhos, pois que seria de nós se eles não existissem? Depois? Caminhem! Caminhem muito que o sol há-de chegar logo, e esperemos que nãos eja apenas no Natal.

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