domingo, 4 de agosto de 2013

Será o milho amarelo?

Foto: in Olhares.pt

Sigo em frente e não arredo pé.
Recuso-me absolutamente a andar para trás, ainda que saiba que de difícil não tenha nada.
Somos sobreviventes tais, que a alma se adapta a qualquer circunstância, seja ela amarga ou doce.
Tenho tido muitos doces debaixo da língua, mas ainda tenho aqueles amargos extra resistentes que permanecem debaixo do coração, escondidos.
Tão escondidos quanto a verdade, porque essa é sempre aquele maldita mulher da rua que todos pensam ver, mas que ninguém olha. Que todos pensam conhecer, mas que ninguém conhece. É a verdade, uma das mais complexas atitudes do Ser Humano.
Verdade esta que, a comparo de forma imediata com um homem deitado na rua, de camisa suja e sapatos gastos e descolados e que, podendo ser pobre é rico. Tem outras riquezas que alguns planetas desconhecem em absoluto.
Mas tenho, acima de tudo pena. Por mim e pelos outros planetas. Por mim, pela minha alma e pelos outros corações. Tudo o que deveria ser justo, não parece sê-lo. Mas se neste país alguns pagam impostos e outros não, o que faremos de tudo o resto?
Não há comparação. Há só alguma tristeza e dor não retribuída.
E tudo o que não se retribui, é porque com toda a completa certeza, não é sentido do lado de lá.
A verdade é esta: se alguém pensa sabe-la por inteiro, então é provável que não conheça nem metade do que é.
Importante mesmo, é seguirmos em frente seguros e, caso algum dia gritem o nosso nome nós olharmos para traz a sorrir, ainda que o coração chore.
Até lá, quem não sabe, não fala. Ou não deveria fazê-lo.
Até porque, se olhar para o milho sei logo que é de cor amarela. E por dentro, também será?

M.C