sexta-feira, 30 de maio de 2008

a tal "Praça"...




Alguém me disse um dia que, mais do que pisar e passar eu devía sentar e olhar.

Um dia sentei-me naquela pedra mármore, da maravilhosa fonte da Praça do Giraldo, e olhei. Olhei com toda a calma do mundo que tenho dentro de mim.

Reparei que, mais do que uma praça é uma paragem. Não uma paragem qualquer, mas uma paragem da vida. Algumas continuam, para outras é um terminal. Contudo, para ser terminal, muita história se passou dentro dela. A calçada, que tão generosamente contínua a ser o chão do Homem, possui entre si letras e palavras cujo o tempo não apagou.

As amizades trocadas, os amores apagados, as alegrias e tristezas vividas estarão sempre presentes na água da fonte deste lugar recôndito do mundo...a Praça do Giraldo.
Por momentos apeteceu-me levantar e procurar histórias. Mas não. No lugar disso fiquei quieta, sentada, a olhar.

Reparei que, por detrás de toda aquela beleza efémera, havía muita mágoa escondida.

Escondida atrás daqueles casacos antigos, de pessoas cuja vida nem sempre foi boa, ou porque entraram num caminho errado ou porque o destino assim o quis.

Aprendi, nesta paragem do meu caminho que, mais do que ter e querer é preciso acreditar.


Acreditar que um dia, em qualquer lugar do mundo encontraremos a serenidade e a capacidade de escolher o caminho certo. Se por acaso não o escolhermos, havemos de encontrar uma paragem a meio...






quarta-feira, 28 de maio de 2008

Luz...

A cada passo que dou, por entre o lençol verde dos campos, deparo-me com a luz...até podia ser a luz do sol, ou de uma pequena lanterna deixada caír por um caçador durante o seu percurso à noite, ou de um espelho cujos raios solares nele reflectem, mas não...é a luz que encontro em mim quando sobrevoo aquele encontro de natureza feliz...pois eu, pequena criatura neste mundo podería não ser feliz com todas estas pequenas grandes coisas. No entanto, sou-o.
Não porque alguém me disse para sê-lo, ou porque ficava bem dizê-lo que o sou...sou mesmo.
O importante, a cada passo que damos, é olhar à volta, e encontar neste canto do mundo um percurso longo, mas bonito de se fazer. É olhar para as papoilas e perceber o quanto elas são felizes juntas, o quanto elas têm cor e são vivas assim que se aproxima o sol.
Porque...a luz é tudo aquilo que queremos que seja....a minha luz...o meu sol, encontarei sempre neste canto tão profundo do mundo...o Alentejo.

terça-feira, 27 de maio de 2008


"Caminhos de Sol
este Alentejo onde nasci
não há palavras que descrevam
o quanto aqui sou feliz

Correr p'los campos a fora
me enche a alma de paz
olhar para os girassóis e rir
espero sempre ser capaz

Por isso desejo em cada letra
que o sol neste caminho
tenha sempre a subtileza
de nunca ir sozinho..."