sábado, 14 de dezembro de 2013

Obrigada Avó Adelaide!

 


Caminhar tem sido a minha vida. E para a frente, sempre.
Sou mulher de paixões fortes, gostos definidos e medos estúpidos, é verdade.
Sei aquilo que sou, o que posso e não posso dar aos outros, o que devo e o que não devo escutar, assim como a forma de agir perante os momentos mais marcantes desta vida que está prestes a entrar no 1/4 de século. E que bem e feliz fico, sobretudo quando os outros (os que me são de alguma forma especiais, por algo que me disseram ou fizeram algum dia), me dizem: "És tão novinha...tens um mundo pela frente". É verdade, eles têm razão.
Mas, não fosse eu tão eu, não iria acrescentar que se é agora que tenho as garras bem afiadas, é agora que tenho de procurar a presa. E que presa! Que presa tão delicada e difícil que não a tenho visto nos últimos tempos por estas bandas. Penso até, que emigrou como tanto homem e mulher desta terra. Chego mesmo a pensar que, fugiu sem passaporte e destino. É uma presa aventureira, talvez. Ou talvez não. Ou talvez sim, sei lá.
A verdade é que esta presa, aquela que tanto necessito para me construir e continuar a amar-me, tem andado nos meus caminhos, só que não a encontro, pelo menos agora. Mas esta mensagem é bem para ti, sim! Eu não desisto, e quanto maior for a tua rápida corrida mais eu me empenho em te procurar. Quanto melhor for a tua estratégia, mais eu a estudo e investigo.
E nunca te esqueças, que um dia te agarro com toda a força que apreendi dentro de mim. E sei que te agarro, sabes porquê? Porque não caminho sozinha, nunca caminhei. Tenho um anjo que me ampara a cada instante, incansável e extraordinariamente presente. Sempre o senti, não te visse eu, com estes olhos que tenho,aos 11 meses quando a minha idade não previa sequer saber o que tal significava. Vi-te e olhei, como ainda hoje o faço. Estás bem presente quando, ao fechar os olhos te vejo diante de mim.
Obrigada minha querida avó velhinha Adelaide!
Oiço-te e guardo-te no coração, até ao fim.

M.C

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Mandela, o Homem.



Rolihlahla, Tata, Khulu, Dalibhunga, Madiba e Nelson.
Eram estes os seis nomes do Homem que transformou o mundo, ou alguns hectares deles.
1918 foi o ano da data do seu nascimento e ontem, no dia 5 de Dezembro de 2013 a sua alma pediu licença para descansar.
Não é hábito escrever e homenagear todos aqueles, que fizeram algo de muito bom na nossa história, ou pelos seus princípios, ou pelas suas reais atitudes perseverantes, ou mesmo até pelos seus ideais vincadamente livres. Pois não, não homenageio muitos. Presto apenas a minha homenagem, e respeitando todos os outros que pelo mundo também muito fizeram, àqueles cujo carácter me impressionou, em determinado momento da minha vida.
E não muito longe de agora, um desses momentos aconteceu.
Meados de Junho, estava um dia fabuloso onde o sol entrelaçava as grandes árvores da Avenida de Liberdade que, eu fiz questão de percorrer para chegar ao Chiado. Ao contrário de outros dias, o que era suposto fazer resumia-se ao passeio de rua, a olhar montras e afins. Mas, o que é suposto para mim poucas vezes se encaixa. Peguei nesse tal suposto, e ao invés de fazer aquilo que é dito por norma fazer, eu fiz aquilo que bem entendi e, para o qual eu fui chamada.
Entrei nos Armazéns do Chiado, desci a escada rolante que dava à Fnac, e procurei.
Procurei livros que me pudessem dar alguns minutos de boas leituras, onde, entre eles se encontrava aquele que me fez repensar esse dia de sol, o outro e por aí em diante: "Nelson Mandela - Arquivo íntimo". Após algum tempo, e de forma a não ultrapassar os limites do bom senso dos espaços de leitura da Fnac, que como dizia o outro "quem quer, que compre", saí e voltei à realidade.
Realidade esta que, foi inspirada na dor de alguém que lutou para a heterogeneidade das pessoas, e pela aceitação homogénea da cor da pele, assim como pela liberdade, nunca devendo aceitar-se, segundo dizia no mesmo, uma meia liberdade.
Ou temos ou não temos, ainda que deveríamos sempre ter algo que desde a conceção seria (ou deveria) ser nos dada automaticamente, seja isso aquilo que se entenda.
Deixo aqui, como se deixa uma agulha num palheiro, uma mensagem de gratidão e respeito para aquele que nunca sairá do sitio para onde entrou: o coração da humanidade.
Ainda que a raça negra, a raça amarela e a raça branca tenham cores diferentes (e que bonito é um arco-íris), o coração, esse é sempre igual.
Obrigada Grande Madiba!
"Perdoem, mas não esqueçam". Então que perdoemos aqueles que ainda não aceitam a cor, mas não esquecemos então de quem tudo deu por ela.

Descansa em Paz.

M.C