quinta-feira, 27 de junho de 2013

José Maria Cortes, mais uma estrela brilhante no céu.



Falava no outro dia com uma pessoa sobre partidas.
Sentada no comboio de regresso a casa, pensei sobre a conversa e querendo desligar-me dela, não o conseguia fazer. Era então incontrolável.
Hoje seguiu para outro caminho o José Maria Cortes, cabo e forcado do Grupo Forcados Amadores de Montemor. Tinha marcada para Setembro, despir a sua jaqueta e abandonar o grupo. Não foi a tempo, partiu antes de tal acontecer.
Falei dele primeiramente, pois o triste e lamentável abandono ocorreu no dia de hoje.
Agora que também ele, é mais uma estrela no céu, falo-vos das outras.
E falo-vos das outras, porque me encontro sentada no centro do meu quintal a trabalhar e, olhando repentinamente para o céu, percebo que realmente elas são muitas!
Visualizo também que, existem umas mais brilhantes que outras (muito mais).
Penso de imediato para mim mesma: "São os jovens de coração grande e recheado de tudo, que já vi partir". Serão? São, claro que sim!
A família, que aproveito a deixa, para desejar a maior capacidade interna para controlar tamanha incontrolável dor, ficará para chorar a sua partida, assim como os amigos e companheiros.
Mas na verdade, quem perdeu foi o José, assim como o nosso Joka há meses atrás, foram os meus queridos jovens de Montoito, e meu Deus, todos com tanto caminho pela frente, todos com uma pele ainda para envelhecer e enrugar.
Sei que são eles, as estrelas mais brilhantes, e acredito também que são precisos para nos proteger cá na Terra, mas diria eu: Não estará já o céu demasiado brilhante?
São respostas difíceis, tenho completa noção disso.
São nestes dias, como foram há uns meses, e há uns anos também que questiono quase tudo.
Nunca irei questionar a existência de Deus, porque ele existe. No entanto, não quer dizer que, de vez em quando não possa ficar magoada e triste com Ele. Aliás, são com as pessoas que mais amamos que, por vezes mais sofremos e, ainda assim com todas as formas e plenitudes inconstantes continuamos a dar colo e amor.
E colo, neste momento tão delicado, são as pessoas que amam o José Maria que mais precisam dele.
Assim como outra família num outro lugar, que também ela possa ter perdido alguém neste dia tão preto, também ela deve ter amparo.

Um sentimento profundo a toda a família, aos amigos e a todos os forcados que com ele estão neste momento.
Não deve ser fácil, e nunca o será.
Dizem, sei lá, que só o tempo apazigua a dor. Mas até nisso, eu discordo.
Afinal, ele tem passado demasiado rápido que não permite sequer, manter a vida viva para vivê-la.

Paz ao José Maria Cortes.
Paz a todas as estrelas do céu, em especial às mais brilhantes.

M.C



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