sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A minha 6º feira fria nas "Lisboas" que eu conheço!




As horas transformam-se sem sequer termos o tempo necessário de assimilar essa mudança. Foi assim o meu dia. Foi assim que, após horas dedicadas aos meus queridos relatórios (que passaram a voar), eu dei por mim a perceber que o dia tinha mudado.
E mudou mesmo. E não, não foi apenas o frio que se fez sentir na capital, foi tudo o que não deveria ter surgido (pelo menos não tudo de imediato).
Fui trabalhar com aquele sorriso que não consigo largar, diria até, com aquela minha "arma", nesta que tem sido uma batalha sem facilidades alheias. Também sei, que degusto todo o prato final com muito requinte (é assim que dizem alguns Chefs quando apresentam uma ementa rica em proteínas), ou pelo menos assim eu espero.
E mais uma vez, ao falar de trabalho me perdi, ou será que não?
Não, não me perdi em lado algum. Sei onde estava: inicio de noite fria em Lisboa!
Não, também não era este o caminho de pensamento que estava a construir. Onde eu queria chegar mesmo era: Inicio de noite muito fria nas Lisboas que eu conheço e que ainda são algumas.
Diria até que existem (quase) tantas Lisboas quanto as minhas claras preocupações, pois foi assim  que fiquei quando, mais uma vez, perdi o comboio e tive mesmo de esperar que o próximo chegasse.
Foi sensivelmente 1 hora e 25 minutos de espera. Estava frio, tanto frio que de repente me foi possível esquecer dele quando o meu telemóvel recebe uma chamada. Pudesse eu retrocedê-la, não teria atendido.
Mas esta tudo bem, quando tudo acaba bem.
É assim que eu penso a grande maioria das vezes, mas como esta noite de 6º feira não entrou para esses dados, hoje eu não pensei assim.
Hoje eu senti-me triste!
Triste sim, porque estava frio e nem o casaco me aquecia....
Triste porque gostaria de estar ao lado dos meus quando eles bem precisam...
Triste porque sinto falta de alguém que está longe e que não deve ter avião para voltar....
Triste porque também eu tenho direito a estar triste!
E foi mesmo assim que entrei no comboio, onde 10 minutos depois estava a sair da estação do Rossio.
E mais uma vez, o meu dia mudou!
Caminhava eu quando em deparei com dezenas de sem-abrigos (aqueles que não vemos todos os dias), a serem aconchegados de alimentos e carinhos por parte de pessoas que têm aqueles corações bem grandes, sabem? Os voluntários!
E quanto mais caminhava, mais sem-abrigos eu via.
E mesmo a chegar, olhei aquele que todos os dias pela manhã eu vejo, o sem-abrigo das portas do cinema de São Jorge. Olhei outra vez, escutei a entoação doce da sua voz e de imediato pensei:
" A minha vida é um sonho. Mesmo aqui ao lado eu vou dormir quantinha e mesmo assim não consigo ter a voz tão doce como a daquele senhor"....




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