domingo, 12 de maio de 2013
O desaguar de um rio em movimento.
Enquanto Psicomotricista (que para caso do desconhecimento da profissão, e se tiverem alguma curiosidade podem aceder na coluna do lado direito do blogue, depois clicar em "capítulos" e seguidamente no ano de 2012, que logo irão perceber o que sou, o que somos e aquilo que fazemos para as pessoas, ainda que através delas, sempre.
Reformulando a questão (que por vezes é importante para a compreensão de assuntos sobre os quais nem reflectimos), enquanto Psicomotricista procuro sempre encontrar no outro a origem, de um rio desaguado num lugar desconhecido ou até mesmo adormecido, que nos possa levar ao encontro de outros rios e outros mares.
Metafóricamente falando, sabemos que o rio Guadiana nasce nos Ojos del Guadiana em Espanha, e desagua entre a cidade portuguesa de Vila Real de Santo António e a cidade espanhola de Ayamonte, porque em tempos foi observado, estudado e comprovado tal situação.
Acontece o mesmo conosco, com todos nós: os que têm experiência directa na saúde mental, os que participam como observadores nessa mesma experiência e os que não sabem o que dela é sujeito, ainda que possam ouvir falar dela nos media.
Quero eu dizer com isto o quê?
Que só conhecendo afincadamente o nosso corpo podemos em absoluto usufruir dele, só sabendo e vivenciando o conjunto total das nossas mãos e dedos poderemos saber que através deles as pinturas surgem, ou as peças de barro pintadas com a alma aquecida de contentamento de outrém.
Assim, a nascente do rio será a descoberta sobre mim, sobre o meu Eu, a viagem até ao fim serão as minhas experiências e vivências adquiridas ao longo do processo de desenvolvimento, e nas minhas peças de barro eu desaguo para um e mais valioso patamar (assim o deseja qualquer um).
É relevante que toda a comunidade perceba que, se o rio não controla adequadamente a sua movimentação é porque na nascente houve algo incontroverso e longe de uma compreensão possível. Apesar de tudo, não é sinónimo de que o mesmo chegue brusco e desague desajustadamente pois não?
Então, é um ano bom de começarmos a acreditar que o rio pode chegar calmo e tranquilo, ainda que com um percurso brutalmente atribulado.
Estamos a tempo de não culpar nem estigmatizar.
É hora de cuidar e de amparar (com ou sem braços).
É por tudo isto, e mais mil razões que vos digo enquanto Psicomotricista, que o facto de não sabermos para que servem os pés, não significa que eles deixem de existir.
A nossa existência é, e sempre será fruto da capacidade de auto-conhecimento de um todo, através da sua movimentação constante.
Se a Terra não se movesse, alguns de nós nunca olharíamos o Sol.
Movimenta-te tu também!
M.C
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